sexta-feira, 3 de janeiro de 2020

..."ela entrou observando a imensa sala com pesados móveis e um grande lustre de cristal".


A campainha tocou como um carrilhão e a própria dona da casa foi atender.
- Boa tarde senhora Lucélia. – falou a visitante.
- A senhora está no céu, querida. Entre por favor. – ela entrou observando a imensa sala com pesados móveis repletos de entalhes imitando cordões e brasões, além de tapetes persas e grandes lustres de cristal. A anfitriã falou. – Pois então Margot; você me foi recomendada por uma grande amiga, a Sylvia, que não via há muito tempo.
Margot respondeu. – Sim, ela é minha cliente!
- Sylvia é muito ciosa de quem lhe presta serviços. – riso: - É até um pouco enjoada; assim a recomendação dela é um cartão de visitas de ouro.
- Fico feliz e grata. Espero estar á altura desta deferência.
- Não tenho dúvidas disso. – aproximou-se: - Mesmo sendo apenas um retoque nas raízes eu nunca faço esse tratamento em salões de beleza, prefiro em casa, Inclusive eu dei folga aos criados para termos privacidade.
- Eu entendo senh,... Lucélia.
- Ótimo. Gostei de você; passa confiança! Venha comigo. – seguiram á uma escadaria com tapeçaria vermelha e no sopé da escada havia uma pintura á óleo que parecia retrato de família: um homem altivo de fartos cabelos loiros com uma criança no colo com tranças loiras e uma mulher morena de turbante e olhos verdes em pé. Lucélia percebeu que Margot se deteve diante do retrato e falou: - Este era meu pai, o doutor professor Nicanor Van Maheen; eu, com oito anos e Helena, minha mãe. 
  Depois seguiram á um corredor com mais pinturas e consoles barrocos sustentando jarros dourados contendo rosas vermelhas. – Eu preparei um toalete como um pequeno salão de beleza! – abriu a porta chegando a um luxuoso banheiro onde havia uma cadeira de barbearia: - Papai também preferia ter seus cuidados pessoais realizados em casa, ele detestava a conversa vulgar das barbearias! - então pegou uma caixa em cima da bancada e explicou: - Esta é a tintura de minha preferência. - estava escrito “alisa e tinge” na embalagem e ela fez uma ressalva: - Não que eu precise de alisamento nos cabelos, mas este produto é excelente! – ela sentou na cadeira e Margot explicou que primeiro lavaria seu cabelo para depois aplicar a tintura. – Adoro esta parte,... Uma massagem tão relaxante! – suspirou inclinando a cabeça para trás.
Margot pôs o avental e começou a lavar os cabelos de Lucélia, que se espreguiçava na cadeira. Então falou: - Sua casa é maravilhosa. Parece de cinema!
- Foi construída por papai!... Ele era um homem de gostos refinados e peculiares. Era escritor e antropólogo! Chegou a passar meses numa tribo indígena na Amazônia Colombiana, estudando seus costumes! Já mamãe morreu quando eu era criança.
- Você chegou á conhecer sua mãe?
- Sim!... – respondeu seca. – Mas não gosto de falar nisto!
- Oh,... Desculpe-me.
- Não há problemas; apenas prefiro não tocar em assuntos pessoais. Acho-os enfadonhos!
- Certamente. – ela terminou a lavagem dos cabelos e os secou com secador; tinha raízes grisalhas e crespas. – Agora irei aplicar a tintura. - Margot foi dividindo o cabelo de Lucélia em mechas e prendendo-as com presilhas de plástico. – Nossa; você tem mãos de fada! Eu nunca tive uma cabeleireira que não me puxasse o cabelo. – elogiou. – Você é cabeleireira há muito tempo?
- Sim!... – respondeu enquanto espalhava a tintura nos cabelos de Lucélia. - Eu perdi meus pais cedo e acabei fazendo curso de cabeleireira para poder trabalhar. – suspiro: - Era o que havia.
- Você é ótima; vou recomendá-la á minhas amigas!
- Obrigada! – após concluir a aplicação da tintura, Margot falou: - pronto; agora é aguardar por meia hora. – olhou o relógio. – Está na hora do meu chá! – ela retirou uma garrafinha térmica da bolsa e usou a tampa como xícara; o chá estava quente, envolvendo o ar com seu aroma.
- Hum, que chá perfumado! – falou Lucélia: - O que é?
- A base é camomila, mas é uma mistura de ervas e essências,... Bem,... Vou revelar um segredinho: faço parte de um grupo, digamos místico. Sei que é bobagem!
- Oh, não é bobagem! Fale-me mais do grupo e deste chá tão aromático.
- Somos um grupo fechado, quase como uma sociedade secreta. Dedicamo-nos á estudos místicos sobre a purificação do espírito e do corpo,... Meio complicado de explicar em poucas palavras, mas utilizamos este chá como um elixir. Mas não é alucinógeno, apenas relaxante.
- Que interessante,... Seria pedir demais se me deixasse experimentá-lo? Adoro conhecer iguarias exóticas!
- Claro; você vai gostar! – Lucélia apanhou um copo e Margot a serviu, avisando para beber devagar porque estava quente. Ela o sorveu de uma só vez e disse: - Delicioso! E juntando o friozinho da tintura na cabeça ao calor desta bebida quente, como dizem os jovens, chega a dar onda! – e riu. – Tem um ligeiro amargor no final.
- São ervas para quebrar um pouco o doce. Agora relaxe, Lucélia. Como disse, não é alucinógeno, mas muito relaxante!
- De fato! – após uns minutos ela bocejou: - Realmente,... Estou ficando mole,...  – Em instantes, Lucélia adormeceu na cadeira, roncando.
Margot chegou perto e bateu palmas para certificar-se que estava dormindo, e se afastou pensando: – Se acertei a dose do sonífero ela vai dormir por meia hora, tempo que terá que ser suficiente! – e saiu do banheiro seguindo pelo corredor e fazendo uma ligação com seu celular: - Alô Arquimedes; deu certo, ela está dormindo. Tenho vinte e cinco minutos para agir! - ele era policial e estava dentro de um carro estacionado próximo á entrada da mansão, e respondeu: - Por favor, Margot, não se arrisque. Qualquer problema saia daí imediatamente! - ela perguntou: - Sim! Você conseguiu o mandato de busca para a polícia poder entrar nesta casa?
- Não! Ainda não conseguimos; precisamos de provas! 
- Mas o sinal do celular de Clodsmith indica que ele esteve nesta casa antes de desaparecer; que mais é preciso?
- Há testemunhas de que ele desistiu de fazer o papel de Papai Noel descendo pela chaminé porque achou perigoso e foi embora, inclusive, o ex-presidente da república que estava presente á festa de Natal confirmou isto!... E não podemos argumentar que uma médium teve um aviso do além que o espírito dele está na casa. Margot, você sente a presença dele aí?
- Não exatamente,... Difícil explicar, mas é como se não fosse por inteiro. Eu lhe disse que não foi voz de um homem que me pediu ajuda, mas de uma mulher que não se identificou!
- Você a escuta aí agora?
- Não Arquimedes; mas sinto que estou no caminho certo!... Vou desligar agora porque tenho que me concentrar.
- Está bem, mas eu repito: não se arrisque! Ok? – ela assentiu e desligou o telefone, e enquanto descia a escadaria parou novamente diante do retrato da família Van Maheen, e observou um detalhe: a pintura dos cabelos de Lucélia criança tinha sido retocada de loiro, pois as pinceladas eram diferentes. Deu de ombros e seguiu olhando cada cômodo do casarão, repletos de móveis, quadros e objetos á cada porta aberta.
- Meu deus, quase dez minutos de busca e nada! – falava enquanto andava, então ouviu a voz do seu guia. – Olá Margot!
- Ai Sylvia, que susto!... Já que veio, fale mais um pouco da sua amiga Lucélia. Ela não sabia que você morreu.
- Eu não era uma celebridade cuja morte estampasse as primeiras páginas, e Lucélia era amiga um tanto distante. Admira-me que se lembrasse de mim!
- Lembrou-se; até te chamou de enjoada!
 - Que desaforo. Será que a perua pensa que ninguém sabe que alisa o cabelo?
Margot riu e perguntou: - Ela disse que a mãe morreu num acidente; você sabe disso Sylvia?
- Até onde se sabe foi um acidente doméstico. Dona Helena tropeçou e caiu pela escadaria, quebrando o pescoço. Banal não é?...  – então ocorreu um silêncio e Margot a chamou: - Sylvia?... Está aí? – não houve resposta e ela continuou a andar pela casa de olho no relógio: tinha apenas dez minutos e se não encontrasse nada deveria voltar e terminar o tratamento no cabelo de Lucélia antes que acordasse.
Ao descer uma escada que lavava á uma sala cheia de móveis estofados de couro marrom, Margot escutou uma voz: - Por favor, ajude-me! – era a mesma que ouviu antes: - Preciso que você os encontre! – dizia quase sussurrando e ela perguntou: - Sim, eu estou aqui para isto!... Onde você está? - a voz respondeu: - Na sua frente!... Venha comigo que vou lhe mostrar o que é preciso saber.
- Desculpe, eu não posso vê-la, apenas ouvi-la,... Mas tem um jeito: vá indicando o caminho fazendo barulhos e toques!... Você consegue? – ocorreu um instante de silêncio e subitamente ouve-se batidas numa porta. Margot seguiu e a abriu: dava num corredor comprido. – E agora? – ocorreram novas batidas numa outra porta, que ao ser aberta revelou uma grande cozinha. Margot parou no meio, olhou em volta e sussurrou: - Clodsmith esteve aqui!... Eu o sinto!... - olhou uma cadeira: - Ele se sentou ali,... Olhou para o fogão e disse: “Uai, vai ter festa de Natal e só fizeram batatas?” Sim, havia cheiro de batatas coradas no ar!... Mas onde ele está agora? Diga-me! – então a maçaneta de uma porta começou a girar sem abri-la. Margot abriu a porta; havia uma escada. – Minha nossa, nem acredito que vou descer ao porão da casa dos outros,... Além de clichê, é medonho! – porém, não era exatamente um porão, mas um cômodo mais baixo que parecia ser a lavanderia com pia, máquina de lavar, secadora. Tinha uma porta bem ao fundo aonde ocorreram toques; Margot tentou abri-la sem conseguir. – É aqui, eu sinto!... Mas cadê a chave?
- Não tem chave alguma, sua pilantra!
Margot se virou: era Lucélia, que se aproximava lhe apontando um revólver: - Eu não sei que porcaria tinha naquele chá, mas fez pouco efeito! Só que ao acordar, uma coisa martelou na minha memória e pensei: “por que Sylvia ligaria para mim depois de tantos anos apenas para me recomendar uma cabeleireira?”. Só foi preciso uma ligação para descobrir que ela está morta! Agora encontro você xeretando pela minha casa; por quê?
Margot respondeu assustada: - Eu,... Eu estou só procurando uma toalha limpa,... Só isto.
Lucélia apontou a arma para sua cabeça e gritou: - Está pensando que sou uma idiota? Comece a se explicar, ou te mato aqui mesmo!
Ela mal conseguia balbuciar uma sílaba quando viu fumaça sair da cabeça de Lucélia: - Olhe,... Seu cabelo,...
A mulher pôs a mão na cabeça e gritou: - O que é isto?... Está quente e coçando! – apalpava os cabelos gritando mais ainda. – Que diabo você fez no meu cabelo sua imbecil?
- A tintura ficou tempo demais,... Tem que lavar...
Lucélia ordenou: - Entre aí! – ela abriu a tranca embutida na maçaneta e empurrou Margot para dentro daquele quarto e tornou a trancar a porta.
No escuro ela teve medo: – Meu deus,... Estou perdida! – andou para trás ouvindo Lucélia gritar ao lavar os cabelos na pia e tropeçou em alguma coisa roliça, caindo ao chão. Apoiou as mãos em pedras redondas para reerguer o corpo e apanhou seu celular para pedir socorro á Arquimedes, mas estava sem sinal. Ela levou novamente a mão nas pedras para se levantar, mas elas rolavam. Então ligou a lanterna do celular que iluminou as pedras: eram crânios e o objeto roliço que a fez tropeçar era um fêmur. Todo o cômodo estava cheio de ossos humanos, e ao apontar a luz ás paredes viu prateleiras com várias peças de roupas chamuscadas junto á uma fantasia de Papai Noel. Havia cabelos humanos, loiros e lisos, pendurados como se fossem escalpos e mais prateleiras com vidros contendo algo que ela não os identificou; mas ao ver melhor descobriu que eram vísceras e olhos humanos como se fossem conservas. Ela se levantou completamente apavorada enquanto uma ladainha de vozes irrompeu nos seus ouvidos. – Não,... Não quero ouvir,... Eu não quero ouvir! – gritou.
Subitamente a porta abriu, surgindo a silhueta de Lucélia com o couro cabeludo despontando fiapos crespos e quebradiços, e estava furiosa: - Olhe o que você fez!... Transformou meu cabelo num emaranhado de fios que se arrebentam ao mais leve toque!... Sua energúmena! – apontou o revólver para o meio dos olhos de Margot e ameaçou: - Eu quero ver você morrer olhando nos seus olhos!... – já ia atirar quando percebeu que os olhos castanhos escuros de Margot tornavam-se verdes: - Que truque é esse?... Pare!
Em transe ela respondeu: - Ah,... Minha filha,... Desde criança que eu via sua repulsa á minha cor e ao meu cabelo,... Você não aceitava ter um pai branco, loiro de olhos azuis e cabelos lisos, mas ter herdado o cabelo crespo da mãe!... Por quê?
Com respiração ofegante e arma em punho, Lucélia respondeu: - Por que não era justo!... As colegas de colégio e as primas me olhavam diferente,... E debochavam de mim! Não era justo, não era!
- Então,... Apesar de todo amor que eu lhe dediquei, você me rejeitou só por causa do cabelo? Aquilo me magoava tanto!...
Ela repetiu com lágrimas rolando: - Não era justo!... Eu odiava minha imagem!
- Não,... Você me odiava pelo que eu representava,... Então, matou-me, empurrando-me pela escada.
Ela gritou ao responder: - É mentira!... A senhora tropeçou!
- Oh, deus,... Eu não vi a que ponto chegaria seu ódio e sua loucura!... Ah,... Quando seu pai voltou da Amazônia relatando histórias dos indígenas que no passado praticavam a antropofagia como forma de capturar a alma dos seus inimigos, apoderando-se de sua força, você ficou fascinada!... E sua primeira vítima foi Vera, a doméstica loira. Porque você a matou?
Ainda mais ofegante: - Era só uma empregadinha!... Não era justo,... Não era justo!
- Depois você matou seu pai, que era hipertenso, adulterando-lhe a medicação,... Por que fez isto se ele te amava?
- Ele não me deu uma mãe á minha altura!... Não era justo! – suas mãos tremiam e quase apertava o gatilho. – Ele descobriu que matei a empregadinha e ameaçou me denunciar!... Não era justo!
Em transe, Margot prosseguia: - Então sua loucura atingiu o ápice. Você conheceu um bando de doentes, iguais á você,... E começaram esta sanha sanguinária e canibal!... Isto roubou minha paz, eu não podia ter gerado este monstro!
Ela ainda tremia com o dedo no gatilho: - Não é canibalismo, são rituais,... Rituais culturais!...
 Margot estava em transe, mas ainda com alguma consciência e muito assustada: -... Você continuou matando seu pai na figura de pessoas loiras, como o homem que fazia papai Noel no Natal; mas sabe que é inútil porque nunca vai ter o que acha lhe pertencer por direito nem os devorando!
 - Cala a boca!... – falou com as mãos trêmulas á um triz de apertar o gatilho.
Ainda em transe Margot aproximou dizendo: - Eu tenho piedade da pequenez da sua alma, minha filha,... E espero piedade de Deus por eu ter te gerado!
Lucélia se afastou com olhar de pânico e mãos tão trêmulas que deixou o revolver cair ao chão, disparando-o e estilhaçando uma janela. Então ela se agachou aos gritos: - Não é justo... Eu não queria...! - o estampido fez Margot sair do transe; ela olhou em torno com íris novamente castanhas e saiu correndo daquele quarto macabro. Agachada no chão, Lucélia agarrou sua perna aos prantos e gritou: - Não me deixa sozinha...! Me perdoa mamãe!... – Margot se desvencilhou, correndo em direção á cozinha e ouviu a voz de Arquimedes socando a porta ordenando: - Abram! – era o acesso dos fundos que foi aberto por Margot absolutamente apavorada.
- O que aconteceu,... Ouvi um disparo...! – ela se jogou nos braços do policial rogando com aflição: - Este lugar é o inferno, tire-me daqui!...

Um mês depois, Arquimedes conversava com Margot em sua casa: - Lucélia Van Maheen está presa, mas como foi diagnosticada psicótica em alto grau, não vai ser julgada. É inimputável! – abanou a cabeça. – Ela matou mais de trinta pessoas durante anos, e simplesmente ninguém viu, nem os criados! Os canalhas que compareciam ás suas festas de canibalismo afirmaram desconhecerem de onde vinham os,... – riso: - Pratos servidos! O ex-presidente da república, assíduo frequentador, até publicou um desagravo nas redes sociais. Bando de psicopatas!
Sentada num sofá, Margot falou: - Lucélia disse que amigas do colégio e primas debochavam dela por causa do cabelo crespo. Crianças podem ser cruéis!
Ele respondeu cético: - Se todo mundo que sofresse bulling no colégio virasse psicopata, estaríamos todos perdidos!... Não engulo isto. Mas graças a você Margot, esta onda de assassinatos acabou.
- É,...! Mas pra mim chega Arquimedes! A visão daquele quarto cheio de caveiras e despojos dos mortos foi demais para minha sanidade. Como venho dizendo, decidi que não quero isto para minha vida. Eu descobri que tenho poder para bloquear os espíritos, ou, seja lá o que forem, como se bloqueasse contatos numa rede social. É o que vou fazer. Doravante serei apenas a Margot Soares de Souza, e nada mais.
Arquimedes perguntou: -... Você vai bloquear a mim também?
Ela o olhou estendendo-lhe a mão: - Claro que não!... Você é um amigo que não quero perder.
Ele aproximou: - É uma decisão sem volta? – ela fez gesto afirmativo com a cabeça, e ele respondeu: - Está bem; não vou insistir. – Olhou o relógio: - Eu preciso ir! – beijou-a na face: - Se precisar, é só chamar, está bem? – Margot sorriu e ele se retirou.
A sós, ela se deitou no sofá deixando-se levar pelo sono repentino, e adormeceu. 

Anoitecia, ela acordou num susto e ergueu sua cabeça: - Nossa,... Eu apaguei!... O que é isto? – viu que trazia uma esferográfica á mão direita. – O quê?... – e havia um papel escrito:
“Obrigado por me libertar, agora posso descansar em paz. Assinado: José Clodsmith – Papai Noel nas horas vagas.”
Não era sua letra, mas as palavras saíram da sua mão. Confusa, Margot apanhou o papel e levou-o ao peito.
Então abanou a cabeça e disse:
-Ok, eu entendi,... Pode voltar Sylvia. Nós ainda temos muito á fazer!...

Fim.

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