A campainha tocou como um carrilhão e a
própria dona da casa foi atender.
- Boa tarde senhora Lucélia. – falou a
visitante.
- A senhora está no céu, querida. Entre
por favor. – ela entrou observando a imensa sala com pesados móveis repletos de
entalhes imitando cordões e brasões, além de tapetes persas e grandes lustres
de cristal. A anfitriã falou. – Pois então Margot; você me foi recomendada por
uma grande amiga, a Sylvia, que não via há muito tempo.
Margot respondeu. – Sim, ela é minha
cliente!
- Sylvia é muito ciosa de quem lhe
presta serviços. – riso: - É até um pouco enjoada; assim a recomendação dela é
um cartão de visitas de ouro.
- Fico feliz e grata. Espero estar á
altura desta deferência.
- Não tenho dúvidas disso. –
aproximou-se: - Mesmo sendo apenas um retoque nas raízes eu nunca faço esse
tratamento em salões de beleza, prefiro em casa, Inclusive eu dei folga aos
criados para termos privacidade.
- Eu entendo senh,... Lucélia.
- Ótimo. Gostei de você; passa confiança!
Venha comigo. – seguiram á uma escadaria com tapeçaria vermelha e no sopé da
escada havia uma pintura á óleo que parecia retrato de família: um homem altivo
de fartos cabelos loiros com uma criança no colo com tranças loiras e uma
mulher morena de turbante e olhos verdes em pé. Lucélia percebeu que Margot se
deteve diante do retrato e falou: - Este era meu pai, o doutor professor
Nicanor Van Maheen; eu, com oito anos e Helena, minha mãe.
Depois seguiram á um corredor com mais pinturas e consoles barrocos
sustentando jarros dourados contendo rosas vermelhas. – Eu preparei um toalete
como um pequeno salão de beleza! – abriu a porta chegando a um luxuoso banheiro
onde havia uma cadeira de barbearia: - Papai também preferia ter seus cuidados
pessoais realizados em casa, ele detestava a conversa vulgar das barbearias! -
então pegou uma caixa em cima da bancada e explicou: - Esta é a tintura de
minha preferência. - estava escrito “alisa e tinge” na embalagem e ela fez uma
ressalva: - Não que eu precise de alisamento nos cabelos, mas este produto é
excelente! – ela sentou na cadeira e Margot explicou que primeiro lavaria seu
cabelo para depois aplicar a tintura. – Adoro esta parte,... Uma massagem tão
relaxante! – suspirou inclinando a cabeça para trás.
Margot pôs o avental e começou a lavar
os cabelos de Lucélia, que se espreguiçava na cadeira. Então falou: - Sua casa
é maravilhosa. Parece de cinema!
- Foi construída por papai!... Ele era
um homem de gostos refinados e peculiares. Era escritor e antropólogo! Chegou a
passar meses numa tribo indígena na Amazônia Colombiana, estudando seus
costumes! Já mamãe morreu quando eu era criança.
- Você chegou á conhecer sua mãe?
- Sim!... – respondeu seca. – Mas não
gosto de falar nisto!
- Oh,... Desculpe-me.
- Não há problemas; apenas prefiro não
tocar em assuntos pessoais. Acho-os enfadonhos!
- Certamente. – ela terminou a lavagem
dos cabelos e os secou com secador; tinha raízes grisalhas e crespas. – Agora
irei aplicar a tintura. - Margot foi dividindo o cabelo de Lucélia em mechas e
prendendo-as com presilhas de plástico. – Nossa; você tem mãos de fada! Eu
nunca tive uma cabeleireira que não me puxasse o cabelo. – elogiou. – Você é cabeleireira
há muito tempo?
- Sim!... – respondeu enquanto espalhava
a tintura nos cabelos de Lucélia. - Eu perdi meus pais cedo e acabei fazendo
curso de cabeleireira para poder trabalhar. – suspiro: - Era o que havia.
- Você é ótima; vou recomendá-la á minhas
amigas!
- Obrigada! – após concluir a aplicação
da tintura, Margot falou: - pronto; agora é aguardar por meia hora. – olhou o
relógio. – Está na hora do meu chá! – ela retirou uma garrafinha térmica da
bolsa e usou a tampa como xícara; o chá estava quente, envolvendo o ar com seu
aroma.
- Hum, que chá perfumado! – falou
Lucélia: - O que é?
- A base é camomila, mas é uma mistura
de ervas e essências,... Bem,... Vou revelar um segredinho: faço parte de um
grupo, digamos místico. Sei que é bobagem!
- Oh, não é bobagem! Fale-me mais do
grupo e deste chá tão aromático.
- Somos um grupo fechado, quase como uma
sociedade secreta. Dedicamo-nos á estudos místicos sobre a purificação do
espírito e do corpo,... Meio complicado de explicar em poucas palavras, mas
utilizamos este chá como um elixir. Mas não é alucinógeno, apenas relaxante.
- Que interessante,... Seria pedir
demais se me deixasse experimentá-lo? Adoro conhecer iguarias exóticas!
- Claro; você vai gostar! – Lucélia
apanhou um copo e Margot a serviu, avisando para beber devagar porque estava
quente. Ela o sorveu de uma só vez e disse: - Delicioso! E juntando o friozinho
da tintura na cabeça ao calor desta bebida quente, como dizem os jovens, chega
a dar onda! – e riu. – Tem um ligeiro amargor no final.
- São ervas para quebrar um pouco o
doce. Agora relaxe, Lucélia. Como disse, não é alucinógeno, mas muito
relaxante!
- De fato! – após uns minutos ela
bocejou: - Realmente,... Estou ficando mole,... – Em instantes, Lucélia adormeceu na cadeira,
roncando.
Margot chegou perto e bateu palmas para
certificar-se que estava dormindo, e se afastou pensando: – Se acertei a dose
do sonífero ela vai dormir por meia hora, tempo que terá que ser suficiente! –
e saiu do banheiro seguindo pelo corredor e fazendo uma ligação com seu
celular: - Alô Arquimedes; deu certo, ela está dormindo. Tenho vinte e cinco
minutos para agir! - ele era policial e estava dentro de um carro estacionado
próximo á entrada da mansão, e respondeu: - Por favor, Margot, não se arrisque.
Qualquer problema saia daí imediatamente! - ela perguntou: - Sim! Você
conseguiu o mandato de busca para a polícia poder entrar nesta casa?
- Não! Ainda não conseguimos; precisamos
de provas!
- Mas o sinal do celular de Clodsmith
indica que ele esteve nesta casa antes de desaparecer; que mais é preciso?
- Há testemunhas de que ele desistiu de
fazer o papel de Papai Noel descendo pela chaminé porque achou perigoso e foi
embora, inclusive, o ex-presidente da república que estava presente á festa de
Natal confirmou isto!... E não podemos argumentar que uma médium teve um aviso
do além que o espírito dele está na casa. Margot, você sente a presença dele
aí?
- Não exatamente,... Difícil explicar,
mas é como se não fosse por inteiro. Eu lhe disse que não foi voz de um homem
que me pediu ajuda, mas de uma mulher que não se identificou!
- Você a escuta aí agora?
- Não Arquimedes; mas sinto que estou no
caminho certo!... Vou desligar agora porque tenho que me concentrar.
- Está bem, mas eu repito: não se
arrisque! Ok? – ela assentiu e desligou o telefone, e enquanto descia a
escadaria parou novamente diante do retrato da família Van Maheen, e observou
um detalhe: a pintura dos cabelos de Lucélia criança tinha sido retocada de
loiro, pois as pinceladas eram diferentes. Deu de ombros e seguiu olhando cada
cômodo do casarão, repletos de móveis, quadros e objetos á cada porta aberta.
- Meu deus, quase dez minutos de busca e
nada! – falava enquanto andava, então ouviu a voz do seu guia. – Olá Margot!
- Ai Sylvia, que susto!... Já que veio,
fale mais um pouco da sua amiga Lucélia. Ela não sabia que você morreu.
- Eu não era uma celebridade cuja morte estampasse
as primeiras páginas, e Lucélia era amiga um tanto distante. Admira-me que se
lembrasse de mim!
- Lembrou-se; até te chamou de enjoada!
-
Que desaforo. Será que a perua pensa que ninguém sabe que alisa o cabelo?
Margot riu e perguntou: - Ela disse que
a mãe morreu num acidente; você sabe disso Sylvia?
- Até onde se sabe foi um acidente
doméstico. Dona Helena tropeçou e caiu pela escadaria, quebrando o pescoço. Banal
não é?... – então ocorreu um silêncio e
Margot a chamou: - Sylvia?... Está aí? – não houve resposta e ela continuou a
andar pela casa de olho no relógio: tinha apenas dez minutos e se não
encontrasse nada deveria voltar e terminar o tratamento no cabelo de Lucélia
antes que acordasse.
Ao descer uma escada que lavava á uma
sala cheia de móveis estofados de couro marrom, Margot escutou uma voz: - Por
favor, ajude-me! – era a mesma que ouviu antes: - Preciso que você os encontre!
– dizia quase sussurrando e ela perguntou: - Sim, eu estou aqui para isto!...
Onde você está? - a voz respondeu: - Na sua frente!... Venha comigo que vou lhe
mostrar o que é preciso saber.
- Desculpe, eu não posso vê-la, apenas
ouvi-la,... Mas tem um jeito: vá indicando o caminho fazendo barulhos e toques!...
Você consegue? – ocorreu um instante de silêncio e subitamente ouve-se batidas
numa porta. Margot seguiu e a abriu: dava num corredor comprido. – E agora? – ocorreram
novas batidas numa outra porta, que ao ser aberta revelou uma grande cozinha.
Margot parou no meio, olhou em volta e sussurrou: - Clodsmith esteve aqui!...
Eu o sinto!... - olhou uma cadeira: - Ele se sentou ali,... Olhou para o fogão
e disse: “Uai, vai ter festa de Natal e
só fizeram batatas?” Sim, havia cheiro de batatas coradas no ar!... Mas
onde ele está agora? Diga-me! – então a maçaneta de uma porta começou a girar
sem abri-la. Margot abriu a porta; havia uma escada. – Minha nossa, nem
acredito que vou descer ao porão da casa dos outros,... Além de clichê, é
medonho! – porém, não era exatamente um porão, mas um cômodo mais baixo que parecia
ser a lavanderia com pia, máquina de lavar, secadora. Tinha uma porta bem ao
fundo aonde ocorreram toques; Margot tentou abri-la sem conseguir. – É aqui, eu
sinto!... Mas cadê a chave?
- Não tem chave alguma, sua pilantra!
Margot se virou: era Lucélia, que se
aproximava lhe apontando um revólver: - Eu não sei que porcaria tinha naquele
chá, mas fez pouco efeito! Só que ao acordar, uma coisa martelou na minha
memória e pensei: “por que Sylvia ligaria para mim depois de tantos anos apenas
para me recomendar uma cabeleireira?”. Só foi preciso uma ligação para
descobrir que ela está morta! Agora encontro você xeretando pela minha casa;
por quê?
Margot respondeu assustada: - Eu,... Eu
estou só procurando uma toalha limpa,... Só isto.
Lucélia apontou a arma para sua cabeça e
gritou: - Está pensando que sou uma idiota? Comece a se explicar, ou te mato
aqui mesmo!
Ela mal conseguia balbuciar uma sílaba
quando viu fumaça sair da cabeça de Lucélia: - Olhe,... Seu cabelo,...
A mulher pôs a mão na cabeça e gritou: -
O que é isto?... Está quente e coçando! – apalpava os cabelos gritando mais
ainda. – Que diabo você fez no meu cabelo sua imbecil?
- A tintura ficou tempo demais,... Tem
que lavar...
Lucélia ordenou: - Entre aí! – ela abriu
a tranca embutida na maçaneta e empurrou Margot para dentro daquele quarto e
tornou a trancar a porta.
No escuro ela teve medo: – Meu deus,...
Estou perdida! – andou para trás ouvindo Lucélia gritar ao lavar os cabelos na
pia e tropeçou em alguma coisa roliça, caindo ao chão. Apoiou as mãos em pedras
redondas para reerguer o corpo e apanhou seu celular para pedir socorro á
Arquimedes, mas estava sem sinal. Ela levou novamente a mão nas pedras para se
levantar, mas elas rolavam. Então ligou a lanterna do celular que iluminou as
pedras: eram crânios e o objeto roliço que a fez tropeçar era um fêmur. Todo o
cômodo estava cheio de ossos humanos, e ao apontar a luz ás paredes viu
prateleiras com várias peças de roupas chamuscadas junto á uma fantasia de Papai
Noel. Havia cabelos humanos, loiros e lisos, pendurados como se fossem escalpos
e mais prateleiras com vidros contendo algo que ela não os identificou; mas ao
ver melhor descobriu que eram vísceras e olhos humanos como se fossem
conservas. Ela se levantou completamente apavorada enquanto uma ladainha de
vozes irrompeu nos seus ouvidos. – Não,... Não quero ouvir,... Eu não quero
ouvir! – gritou.
Subitamente a porta abriu, surgindo a
silhueta de Lucélia com o couro cabeludo despontando fiapos crespos e
quebradiços, e estava furiosa: - Olhe o que você fez!... Transformou meu cabelo
num emaranhado de fios que se arrebentam ao mais leve toque!... Sua energúmena!
– apontou o revólver para o meio dos olhos de Margot e ameaçou: - Eu quero ver
você morrer olhando nos seus olhos!... – já ia atirar quando percebeu que os
olhos castanhos escuros de Margot tornavam-se verdes: - Que truque é esse?...
Pare!
Em transe ela respondeu: - Ah,... Minha
filha,... Desde criança que eu via sua repulsa á minha cor e ao meu cabelo,...
Você não aceitava ter um pai branco, loiro de olhos azuis e cabelos lisos, mas
ter herdado o cabelo crespo da mãe!... Por quê?
Com respiração ofegante e arma em punho,
Lucélia respondeu: - Por que não era justo!... As colegas de colégio e as
primas me olhavam diferente,... E debochavam de mim! Não era justo, não era!
- Então,... Apesar de todo amor que eu
lhe dediquei, você me rejeitou só por causa do cabelo? Aquilo me magoava
tanto!...
Ela repetiu com lágrimas rolando: - Não
era justo!... Eu odiava minha imagem!
- Não,... Você me odiava pelo que eu
representava,... Então, matou-me, empurrando-me pela escada.
Ela gritou ao responder: - É mentira!...
A senhora tropeçou!
- Oh, deus,... Eu não vi a que ponto
chegaria seu ódio e sua loucura!... Ah,... Quando seu pai voltou da Amazônia
relatando histórias dos indígenas que no passado praticavam a antropofagia como
forma de capturar a alma dos seus inimigos, apoderando-se de sua força, você
ficou fascinada!... E sua primeira vítima foi Vera, a doméstica loira. Porque
você a matou?
Ainda mais ofegante: - Era só uma
empregadinha!... Não era justo,... Não era justo!
- Depois você matou seu pai, que era
hipertenso, adulterando-lhe a medicação,... Por que fez isto se ele te amava?
- Ele não me deu uma mãe á minha
altura!... Não era justo! – suas mãos tremiam e quase apertava o gatilho. – Ele
descobriu que matei a empregadinha e ameaçou me denunciar!... Não era justo!
Em transe, Margot prosseguia: - Então sua
loucura atingiu o ápice. Você conheceu um bando de doentes, iguais á você,... E
começaram esta sanha sanguinária e canibal!... Isto roubou minha paz, eu não
podia ter gerado este monstro!
Ela ainda tremia com o dedo no gatilho:
- Não é canibalismo, são rituais,... Rituais culturais!...
Margot estava em transe, mas ainda com alguma
consciência e muito assustada: -... Você continuou matando seu pai na figura de
pessoas loiras, como o homem que fazia papai Noel no Natal; mas sabe que é
inútil porque nunca vai ter o que acha lhe pertencer por direito nem os
devorando!
-
Cala a boca!... – falou com as mãos trêmulas á um triz de apertar o gatilho.
Ainda em transe Margot aproximou
dizendo: - Eu tenho piedade da pequenez da sua alma, minha filha,... E espero piedade
de Deus por eu ter te gerado!
Lucélia se afastou com olhar de pânico e
mãos tão trêmulas que deixou o revolver cair ao chão, disparando-o e
estilhaçando uma janela. Então ela se agachou aos gritos: - Não é justo... Eu
não queria...! - o estampido fez Margot sair do transe; ela olhou em torno com
íris novamente castanhas e saiu correndo daquele quarto macabro. Agachada no
chão, Lucélia agarrou sua perna aos prantos e gritou: - Não me deixa
sozinha...! Me perdoa mamãe!... – Margot se desvencilhou, correndo em direção á
cozinha e ouviu a voz de Arquimedes socando a porta ordenando: - Abram! – era o
acesso dos fundos que foi aberto por Margot absolutamente apavorada.
- O que aconteceu,... Ouvi um disparo...!
– ela se jogou nos braços do policial rogando com aflição: - Este lugar é o
inferno, tire-me daqui!...
Um mês depois, Arquimedes conversava com
Margot em sua casa: - Lucélia Van Maheen está presa, mas como foi diagnosticada
psicótica em alto grau, não vai ser julgada. É inimputável! – abanou a cabeça.
– Ela matou mais de trinta pessoas durante anos, e simplesmente ninguém viu,
nem os criados! Os canalhas que compareciam ás suas festas de canibalismo
afirmaram desconhecerem de onde vinham os,... – riso: - Pratos servidos! O
ex-presidente da república, assíduo frequentador, até publicou um desagravo nas
redes sociais. Bando de psicopatas!
Sentada num sofá, Margot falou: -
Lucélia disse que amigas do colégio e primas debochavam dela por causa do
cabelo crespo. Crianças podem ser cruéis!
Ele respondeu cético: - Se todo mundo
que sofresse bulling no colégio virasse psicopata, estaríamos todos
perdidos!... Não engulo isto. Mas graças a você Margot, esta onda de
assassinatos acabou.
- É,...! Mas pra mim chega Arquimedes! A
visão daquele quarto cheio de caveiras e despojos dos mortos foi demais para
minha sanidade. Como venho dizendo, decidi que não quero isto para minha vida.
Eu descobri que tenho poder para bloquear os espíritos, ou, seja lá o que forem,
como se bloqueasse contatos numa rede social. É o que vou fazer. Doravante
serei apenas a Margot Soares de Souza, e nada mais.
Arquimedes perguntou: -... Você vai
bloquear a mim também?
Ela o olhou estendendo-lhe a mão: -
Claro que não!... Você é um amigo que não quero perder.
Ele aproximou: - É uma decisão sem
volta? – ela fez gesto afirmativo com a cabeça, e ele respondeu: - Está bem;
não vou insistir. – Olhou o relógio: - Eu preciso ir! – beijou-a na face: - Se
precisar, é só chamar, está bem? – Margot sorriu e ele se retirou.
A sós, ela se deitou no sofá deixando-se
levar pelo sono repentino, e adormeceu.
Anoitecia, ela acordou num susto e
ergueu sua cabeça: - Nossa,... Eu apaguei!... O que é isto? – viu que trazia
uma esferográfica á mão direita. – O quê?... – e havia um papel escrito:
“Obrigado
por me libertar, agora posso descansar em paz. Assinado: José Clodsmith – Papai
Noel nas horas vagas.”
Não era sua letra, mas as palavras
saíram da sua mão. Confusa, Margot apanhou o papel e levou-o ao peito.
Então abanou a cabeça e disse:
-Ok, eu entendi,... Pode voltar Sylvia.
Nós ainda temos muito á fazer!...
Fim.
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