domingo, 1 de dezembro de 2019

"era a casa mais antiga da rua; via-se no frontispício o ano de 1934 como marco da construção."


Depois de muitos anos com placas de “vende-se” caindo ressecadas de tanta exposição, a casa de número 99 da Rua Verdi finalmente entrava em reforma, indicando que teria novo proprietário.
Era um belo exemplar em estilo Art Decó, com ornamentação em formato de escadas e círculos concêntricos na fachada cinzenta, que apesar dos anos de abandono, estava íntegra, e o novo dono pretendia mantê-la o mais original possível, pois era a casa mais antiga da rua; via-se no frontispício ano 1934 como marco da construção. A vizinhança era composta por novos moradores em prédios de apartamentos modernos que não conheceram seus antigos donos e nem sua história, apenas na escritura constava o nome do espólio de Moema Ebenézer Aborgast, mas foi negociado por um advogado, herdeiro, que não se interessou em ficar com o imóvel. Melhor para Alexandre, o novo dono que pretendia viver na casa com a esposa, Amarílis, e o filho Guilherme.
A reforma foi relativamente simples porque estava em bom estado de conservação, e como pretendiam preservá-la, as obras mais complexas e adaptações restringiam-se á parte elétrica e hidráulica. Amarílis era arquiteta, e estava deslumbrada por detalhes, como os lustres e arandelas de opaline com pingentes de cristal e os vitrais coloridos com motivos geométricos na escadaria. Alexandre era advogado, e se sentia bem na amplitude do pé direito de quase cinco metros do primeiro andar e no magnífico piso em tacos de peroba rosa; já Guilherme, fã do Batman achava o máximo viver numa casa cuja arquitetura parecia saída direto de Gothan City!
Mudaram-se ao final de outubro e fizeram uma festa de inauguração que ganhou as colunas sociais. Todos se encantaram pela beleza da vivenda e no aprumo da reforma que a manteve original sem abrir mão dos confortos contemporâneos. No jantar, Alexandre prometeu uma festa de Natal memorável para aquele fim de ano.
A primeira noite na casa foi de amor para o casal, enquanto Guilherme assistia á seus filmes de Batman, reconhecendo semelhanças da sua casa com as dos cenários fabulosos das histórias.
No início de novembro, o garoto estudioso já havia passado de ano para orgulho dos pais, e assim podia eventualmente matar uma ou outra aula, quando ficava andando em busca dos detalhes arquitetônicos da casa: - Pai! – chamou-o. – Sim, filho! – ele apontou á uma espécie de degrau que separava a imensa sala de estar em dois ambientes. – Tem um quebrado aqui, o senhor viu? – Alexandre se aproximou, e viu um pequenino talhe na quina do mármore vermelho do degrau, algo que não tinha notado. Imaginou descuido de algum operário na reforma, mas ao passar os dedos no quebrado, sentiu suas pontas gastas pelo tempo; isto o aliviou, pois significava um dano antigo do tempo dos primeiros moradores. Ele sorriu e disse: - Isto faz parte da história da casa, filho!  - o garoto assentiu e perguntou sobre outro detalhe: - E aquela parte da parede que é diferente? – apontou a um lugar entre duas pequenas janelas compridas onde havia uma discreta marca em formato de meio círculo. – Ah! – abanou a cabeça: - Ali já teve uma lareira que foi tapada; mas ficaram os antigos dutos da chaminé até ao terraço.
- Por que tiravam a lareira, pai?
- Deve ter sido porque não era usada. – riso. – Nesse calor tropical, realmente não faz sentido.
- O senhor vai mandar fazer do novo?
- Não temos fotografia e nem projeto original da casa para sabermos como era; assim não é possível reconstruir! – respondeu dando de ombros.

Enquanto isto Amarílis entrava numa mercearia no bairro para compras e foi recebida por uma senhora chamada Dirce que, sorridente, elogiou: - Ah, nós ficamos muito felizes ao vermos que a casa não ia ser demolida para construção de mais um caixote de cimento! É última casa antiga do bairro. – e apontou fotos com ruas na década de 1930 em quadrinhos ás paredes. – Olha ela aqui! – Amarílis aproximou e viu a foto da casa, nova em folha, com decoração natalina no jardim e a data: 23 de dezembro de 1934. A foto era muito boa, podendo ver-se a silhueta de uma árvore de natal imensa á janela da sala de estar.  – Que linda! – exultou. – Parece que as pessoas que viveram na casa eram festeiras, héim? – Dirce respondeu: - Nem tanto. Cheguei a conhecer a senhora Moema, dona da casa. Muito idosa, ela viveu sozinha na casa até 1989, quando faleceu, e minha irmã mais velha foi sua acompanhante nos últimos anos de vida. Era viúva e sempre andava de preto dos pés a cabeça e depois, como não tinha ninguém, a casa foi fechada.
- Oh,... Que interessante. – falou Amarílis, um pouco decepcionada com a banalidade da história. Conversaram mais um pouco, e ela agradeceu entes de voltar para casa.
Quando entrou, viu Alexandre retirando algo muito pesado de um canteiro no jardim adiante da casa, pareciam pedras. – O que está acontecendo aqui?
- Amor!... Descobrimos que esta casa já teve uma lareira na sala de estar!
- Ah, sim. – interrompeu Amarílis: - Aquela marca em arco na parede, mas o tem a ver com estes pedaços de pedra?
- É porque eles são exatamente os umbrais da boca da lareira que foram enterrados aqui! Não é fantástico? – falou enquanto os arrumava no chão, formando uma espécie de boca de túnel em arco de mármore vermelho. – Talvez sem ter o que fazer com os entulhos, acabaram jogados aqui. Sabe quem os encontrou? – apontou ao filho Guilherme, que sorriu com suas mãos sujas de terra, e disse: - Vim brincar aqui no jardim com o Batman. – trazia o boneco na mão. – E eu achei! Agora papai falou que vamos fazer a lareira de novo!
Alexandre aproximou de Amarílis dizendo: - Mas só se você tiver paciência para tolerar mais obras em casa!
- Se é para fazer, que seja direito; né amor? – respondeu Amarílis, e se beijaram. Guilherme exultou feliz. – Oba! A minha casa vai ter lareira que nem nos filmes!
Naquela tarde o empreiteiro Alcino acompanhado de um ajudante quebraram a parede revelando a lareira escondida. Ele enfiou o pescoço pelo duto, dizendo: - Parece que está inteiro doutor Alexandre,... – pisou em pedaços de carvão: - Esta lareira foi usada, olhe os restos de lenha! – e ordenou a ao ajudante que os recolhesse numa pá. – Taparam a boca da lareira sem limpá-la. – observou.
- Conseguem terminar até o final de dezembro? – perguntou Amarílis.
- Sim senhora! A lareira era embutida e está tudo ainda aqui, até a chaminé.
Amarílis sorriu e Alexandre perguntou: - Você ama esta casa, não é?
- E qual arquiteta não adoraria viver nesta obra de arte cheia de história?  A irmã da dona da mercearia conheceu a dona Moema, e estou com vontade de perguntar como era a família que viveu aqui!
- Esquece isto, querida; a família que viverá aqui agora é a nossa e seremos muito felizes! – e se beijaram.
Mais tarde Amarílis retornava do trabalho e viu os entulhos retirados da lareira arrumados em sacos para serem descartados. Ela ia passando direto quando algo lhe chamou atenção: eram cacos de vidro vermelho misturados às cinzas e restos de carvão. Ou melhor: eram cacos de cristal! Ela riu e abanou a cabeça ao lembrar-se que, quando criança, quebrou uma xícara de porcelana e escondeu os cacos num vaso de antúrios para não levar bronca; e certamente alguém teria feito o mesmo com um copo ou cálice partido.

Em quinze dias a lareira estava reconstituída, imponente como um túnel ferroviário em miniatura de mármore vermelho trazendo um medalhão ao centro com as letras “J, E, A”. – Eu descobri que são as iniciais do nome do marido da dona Moema: Joaquim Ebenézer Aborgast! – falou Alexandre. – Era fazendeiro, empresário, e morreu em 1942. O que achou amor? – ela olhou a lareira, e o que a princípio pareceu boa ideia, tornou-se estranho. Mas, não entendendo o porquê do súbito estranhamento, elogiou para não desagradar. – É maravilhosa, querido!
- Tem outra novidade: Guilherme quer uma árvore de natal, mas não como as compradas em lojas. – tirou um papel com imagens da internet. – Mas igual a estas: - eram fotos de árvores de natal norte americanas enormes, feitas com pinheiros naturais e salpicadas de enfeites. – Eu procurei saber onde comprar isto no Brasil, e encontrei. Estou pensando em encomendar uma para marcarmos bem o nosso primeiro Natal aqui, e fazer um agrado ao nosso filho. O que você acha amor?
Amarílis respondeu: - Prefeito! Como eu disse: se é para fazer, que seja direito! – e se abraçaram.  Mas o estranhamento persistia, e ela debitava isto ao stress da obra.

A ideia era fazer uma grande festa natalina, convidando amigos, sócios e clientes da arquiteta e do advogado, além de vizinhos. Dirce ficou contente pelo convite, só lamentou a irmã não poder vir de Manaus para a festa. Naquela tarde conversavam na mercearia, e ela revelou: - Dione, minha irmã que acompanhou a dona Moema, tinha muita pena porque seu marido, que chamava Joaquim, batia muito nela e no filho.
- O casal então tinha filhos?
- Até onde eu sei, apenas um! – respondeu Dirce ao que Amarílis divagou: “se tinha um filho como herdeiro, porque o advogado se apresentou como tal?”. A mulher completou: - Que horror era aquele tempo que as mulheres tinham que apanhar caladas! – Amarílis concordou. Agradeceu e retornou á casa; mas antes ligou á Alexandre falando deste filho da dona Moema, que em tese seria o herdeiro. O marido disse que não mencionaram isto no negócio, mas era bom investigar para não haver problemas.
De volta, Amarílis foi conferir uns projetos no AutoCAD, quando viu o boneco do Batman, jogado no corredor, á porta do quarto de Guilherme. – Uai, ele nunca larga esse boneco! – e seguiu ao quarto do filho, encontrando-o agachado perto da cama, brincando com cacarecos de brinquedos imundos que sujavam suas mãos e a colcha. Ela se aproximou e viu que ele usava uma jaqueta de brim encardida e rasgada. – Guilherme, o que é isto?... Esses brinquedos velhos e essa roupa suja; tire isto já! – obrigou-o a se despir da jaqueta e perguntou: - Onde você arranjou este lixo?
- No porão mãe!... Tem uma mala debaixo da escada cheia de coisas!
Ela encarou-o: - Me mostre, agora!

Bem mais tarde e mais calma ela falava ao marido: - Estava tudo num vão escondido em baixo da escada e tapado com uma parede de tijolos que Guilherme conseguiu quebrar: malas com roupas e brinquedos, tudo mofado, sujo e cheio de bichos!
Alexandre completou. – São brinquedos muito antigos que se estivessem perfeitos seriam antiguidades valiosas. Carrinhos, trenzinhos, mas enferrujados e podres! Puxa vida amor, você é arquiteta, inspecionou a casa e não viu isto?
- Eu olhei cada centímetro daquele porão e não vi! – suspiro. – E quanto aos restos da lareira enterrados no canteiro; eu mesma arrumei a terra e plantei as mudas, e não vi nenhum sinal daquilo lá! Eu cavei fundo e repito: não havia nada daquilo enterrado naquele canteiro!
- Acalme-se amor!... Estava enterrado fundo, e às vezes você não percebeu, não por desatenção, mas, porque realmente era algo inusitado! – ele segurou as mãos da mulher: - desculpe. Acho que essa reconstrução da lareira foi demais para nós. – abanou a cabeça: - Coisa inútil uma lareira nos trópicos; por isto a taparam!
- Não diga isto; ficou tão lindo! Talvez eu tenha ficado tão encantada pela arquitetura desta casa, que realmente não prestei atenção! Mas agora que está pronto, vamos curtir e fazer uma festa de Natal para ficar na história! – falou Amarílis beijando o marido, e seguiu ao quarto do filho.  Alexandre ficou a sós, pensando: “se há brinquedos e roupas de criança na casa, é porque a história do filho da dona Moema procede.”.
Ela entrou com cuidado e Guilherme dormia. Aproximou e deu-lhe um beijinho de boa noite; depois pegou seu boneco do Batman e o colocou ao seu lado, no travesseiro, como o filho gostava, e saiu.
 Minutos depois, Guilherme o apanhou e atitou-o ao chão.

Dias depois, a árvore seria entregue. Combinaram que Amarílis sairia com o filho para um passeio no shopping enquanto Alexandre arrumaria a arvore para surpreender o filho.
Durante o trajeto de carro, Guilherme falou: - A cidade está diferente.
- Está chegando o Natal, e há mais movimento e carros nas ruas. – respondeu a mãe, sem deixar de notar o olhar perdido do filho. Então perguntou: - Você está gostando da nossa casa,... – riso: -... Nossa antiga casa nova?
- Sim. Está igual antes! – respondeu o garoto. Amarílis achou a resposta um pouco estranha, mas não perguntou mais nada.
Quando retornaram á casa, ela abriu a porta e a árvore estava montada e enfeitada com bolas coloridas, cordões dourados, guirlandas, bengalinhas listradas, laços e luzes coloridas que piscavam. Era enorme e quase tocava o teto. Alexandre estava exausto, mas contente ao perguntar. – E então, filho: é assim que você queria?
O garoto caminhou até a árvore, e falou. – Tá igualzinha; supimpa!
O pai riu: - Nossa filho, de onde você tirou esta gíria antiga? – o menino não o ouviu e perguntou: - Cadê a estrela que fica no topo?
Alexandre olhou e coçou a cabeça ao responder: - Puxa vida, que mancada!... Eu esqueci de colocar!
- Coloque agora, pai!
- Não pode ser mais tarde, Guilherme? O pai está meio cansado de subir e descer a escada, que até já guardei!
- Não!... Tem que ser agora!
Amarílis interveio: - O que é isso, filho? Seu pai disse que está cansado; vamos deixar para logo, ou amanhã!
- Não, não!... Eu quero agora!
A mãe ia repreendê-lo, mas Alexandre a cortou: - Tudo bem amor; ele está certo, é melhor fazer isto logo,... Como você diz sempre: se é para fazer, que seja direito! Vou á garagem buscar a escada.
O garoto sorriu, mas Amarílis não achou aquilo certo, e decidiu que ela colocaria a estrela no topo da árvore, á mais de quatro metros de altura, no lugar do marido. Nisto a campainha tocou: era Dirce. – Olá querida,... Desculpe incomodar; vim porque não tenho seu telefone!
- Algum problema, dona Dirce?
- Não exatamente,... Eu estava conversando com Dione por telefone, e falei que a casa que ela trabalhou não ia ser demolida e,... Vou ser sucinta: ela quer falar com você, Amarílis. Está esperando ao telefone fixo lá na mercearia!
- Precisa ser agora? Passe-me o número dela que eu telefono mais tarde!
Sem jeito Dirce insistiu: - Ela está um pouco aflita, disse que é urgente!... Ela é idosa, eu gostaria que compreendesse e viesse falar com ela. Por favor!
Amarílis assentiu e chamou o filho para acompanhá-la: - Não! Eu fico esperando o pai!
- Está bem. Daqui a pouco eu volto! – e saiu seguindo Dirce á mercearia, que se desdobrava em desculpas pelo inconveniente. Viu Alexandre abrindo a porta da garagem e avisou: - Já volto!
Na mercearia, apanhou o fone e disse: - Alô, aqui é Amarílis!...
Nem houve tempo para cumprimentos: - Preciso falar com você sobre uma coisa que Dirce me contou: que vai fazer uma festa de Natal na casa, e até iam fazer uma arvore bem grande!... É verdade?
- Sim, senhora Dione! Estávamos montando-a neste instante!...
- Oh não!... Pelo amor de deus, não deixe seu marido subir para colocar qualquer enfeite no alto da árvore!... – Amarílis ia retrucar, mas ela prosseguiu: - Ouça-me, não sou uma velha gagá como pode parecer; quando fui cuidadora da senhora Moema, ela confidenciou-me que seu marido Joaquim era um homem autoritário, ciumento e violento, que a agredia e também á Júnior, seu filho único que tentava defendê-la. Então, sempre no Natal, Joaquim encomendava uma árvore cada vez maior, e fazia questão de pôr uma estrela de cristal vermelho no topo, pessoalmente! – Amarílis lembrou-se dos cacos vermelhos no lixo. Dione prosseguiu: - No Natal de 1942, ele espancou a esposa por ciúmes, na frente de Júnior, e depois chamou os empregados para o verem colocar a estrela no topo da árvore. Oh,... Então o menino empurrou a escada, derrubando o pai que bateu a cabeça na quina de um degrau e morreu na hora! O garoto ficou apavorado e saiu correndo para se esconder no porão; mas não viu que o alçapão do poço estava aberto, e caiu, morrendo também!... Isto não é delírio de uma velha maluca, não deixe seu marido fazer isto!... Alô,... Alô?
Amarílis nem a esperou terminar e correu de volta á sua casa o mais rápido que pôde.
Alexandre estava em pé no ultimo degrau da escada de armar, se esticando para conseguir alcançar o alto da arvore para colocar a estrela: - Segure a escada aí Guilherme; estou quase conseguindo!
O garoto segurava a escada com as duas mãos, e tinha os olhos vidrados quando começou a balançá-la: - Ei,... Não balance a escada,... Assim não consigo! – Sem apoio, teve que largar e estrela que se espatifou no chão ao mesmo instante que Amarílis abria a porta.
Alexandre tentava apoiar as mãos na própria árvore enquanto ordenava: - Pare com isto Guilherme!... Não tem graça!
Obedecendo á um impulso, Amarílis falou: - Júnior; olhe para cá! – ele a olhou com olhos sem brilho: - É a mamãe!
Alexandre estranhou e perguntou: - O que esta havendo,... – a esposa fez gesto para que se calasse, e prosseguiu. – Não faça isto Júnior!... Está tudo bem; eu estou aqui!
O menino falou: - Ele vai bater na gente de novo!... Isso tem que acabar... E aí a gente pode ir embora desse inferno, mãe!
- Então venha comigo, agora!... Você quer ir embora, não é Junior?
Ele chorou ao dizer: - Eu quero ir embora daqui!... Eu quero a minha mãe!
- Então venha!... Ela vem te buscar!
O garoto largou a escada e seguiu na direção de Amarílis, que o abraçou com força. Alexandre nem acreditou quando viu dois vultos etéreos saindo ao lado de Amarílis e Guilherme, e depois sumiram no ar.
- Mãe!... Tá me apertando! – reclamou o filho. – ela o fitou, e seu olhar tinha voltado ao normal. – Que aconteceu? – se virou para trás. – Que árvore grande!... E esquisita.
Alexandre desceu da escada e os abraçou. – Pois é filho,... Grande demais, né? Eu vou devolver!
E continuaram abraçados.

Dias depois, a mudança saía da casa Art Decó, de volta ao antigo apartamento. Alexandre e Guilherme aguardavam Amarílis que se despedia de Dirce: - Muito obrigada a você e sua irmã Dione. Sem vocês minha família seria destruída.
- Que pena. Uma casa tão linda! Você acha que o espírito de Júnior encontrou a paz?
- Espero que sim!... Mas perdemos completamente a vontade de viver na casa. Vamos colocá-la a venda novamente!... Adeus Dirce, e mais uma vez, obrigada! – despediram-se com beijos, Amarílis entrou no carro, e partiram.

No interior da casa, uma voz grave e sem som clamava: - Moema,... Júnior!...Malditos, abandonaram-me,... Malditos!

Fim.

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