Foi tudo tão rápido!
Mônica saía de um discreto bistrô em Marselha após um delicioso jantar com Giancarlo, seu namorado italiano, quando foram cercados por uma horda de paparazzi com suas câmeras espoletando flashes e uma cachoeira de perguntas. Imediatamente surgiram homens que os afastaram e protegeram o casal até um carro preto no estacionamento, que arrancou em disparada. – Perdiamo questi mascalzoni! – falou o motorista.
- Come l’hanno scopeto? – perguntou Giancarlo.
- Dovrebbero seguirci! – respondeu uma mulher loira, também de terno.
Mônica estava assustada com aquilo tudo. Então Giancarlo pegou suas mãos e falou: - Fique calma!
Ela recolheu as mãos e respondeu: - O que está acontecendo?... Não me diga que você é da máfia? Pare esse carro agora, quero descer!
- Espere querida, não sou da máfia,... Está bem, eu fiz errado em não lhe contar!
- Contar o quê?
- É que,... Na verdade, eu sou um príncipe!
- O quê?... Que palhaçada é esta?
- É sério! Eu sou o herdeiro do trono do principado de Britti, ao norte da Itália.
- Hãnnnn?...
Era verdade. Giancarlo Lorenzo Sanzio Guillarducci Del Britti era o príncipe de um pequeno reino incrustado entre a fronteira do norte da Itália com Suíça.
Mônica nem sabia o que pensar.
Na verdade, os acontecimentos em sua vida sempre ocorreram de forma inusitada. Quando adolescente, fez fotos promocionais para o colégio que estudava á troco de descontos nas mensalidades, quando foi descoberta por um caçador de talentos. Era bonita, alta, magra e, como diziam, tinha intimidade com as câmeras. Depois, numa propaganda de maiôs na TV, um alto empresário da moda a descobriu para o mundo. Mônica foi para Europa, e em pouco tempo tornou-se uma top modell internacional, participando de desfiles das melhores grifes e estampando as revistas de moda mais prestigiadas.
Então conheceu Giancarlo na festa de lançamento de uma coleção de perfumes Paco Rabanne, em Milão. Ele se encantou pela brasileira de olhos cor de mel, e passaram a sempre encontrar-se nos eventos de moda. Ele a estava seguindo, e ela percebeu. Numa destas ocasiões, no hotel Carlton, na Riviera Francesa, veio o primeiro beijo e uma noite de amor. Começaram a namorar. Porém, sempre frequentando lugares discretos, quase secretos. Ela gostava disto, embora desconfiasse que tanta discrição pudesse esconder algo: ele seria casado? Mônica afastava este pensamento, até porque a fofoca envolvendo realeza na Europa atravessa fronteiras como se fossem as ruelas da sua cidadezinha natal em Minas.
O príncipe lhe pediu perdão, dizendo que escondeu seu status para resguardar o relacionamento da mídia, mas que estava apaixonado por ela, e gostaria de levar o namoro á diante. Ela também estava apaixonada por ele, que era irresistível!
Então o relacionamento tornou-se público. Todas as manchetes traziam o príncipe Giancarlo Del Britti ao lado de sua namorada brasileira. A modelo Mônica Dacosta, que, inclusive era descendente do Barão de Santa Rosa, figura proeminente do período imperial brasileiro! – O quê, como assim? – ela se perguntava. Descobriram que um antepassado seu teve título de nobreza concedido por D. Pedro II no século IXX. Na verdade, um parentesco daqueles que envolvia uma infinidade de primos de todos os graus possíveis; mas isto pouco importava, pois isto concedia á plebeia sul americana uma bossa aristocrática.
Mônica passou a ser assediada por agências em busca da “lady Mônica” para estampar campanhas publicitárias e participar de desfiles. Porém, seu novo status trazia alguns impedimentos quanto á natureza daquilo que a futura princesa Del Britti poderia participar que excluía lingerie, sabonetes, trajes de banho, várias grifes consideradas irrelevantes ou de mau gosto, além de campanhas institucionais portando viés político ou ideológico contrário á monarquia; e mesmo produtos fora desta lista, teriam que ter autorização do Conselho Real de Britti. Mônica aceitava assas imposições como parte dos encargos de uma futura soberana.
Desnecessário dizer que toda a parentada se ungiu de realeza em Minas! Como Mônica não tinha pais vivos e nem irmãos, todo mundo queria ser parente da “Lady”.
Então veio o dia de conhecer seu futuro reino, além de oficializar o noivado.
Mônica foi recebida com honras reais no aeroporto de Britti, e seguiu em carro aberto pelas ruas da cidadela, que em verdade, era pouco maior que sua cidade natal. No trajeto foi observando a infinidade de cassinos e bancos em contraste com a arquitetura de conto de fadas do lugar.
O palácio real se destacava numa colina. Era suntuoso repleto de torres, mirantes e arcos. A guarda loira abriu a porta da limusine e o casal real seguiu por um tapete vermelho salpicado de pétalas de rosas enquanto súditos se curvavam á sua passagem. Alguns paparazzi tentaram fazer fotos, mas a guarda loira os afastou com firmeza.
Ao entrarem na câmara real, onde ficava o trono, Mônica ficou boquiaberta com o luxo do lugar em estilo barroco, onde não caberia sequer um grão de arroz na ornamentação. E lá no fundo estava a rainha Vanozza Del Britti sentada no trono, cujo espaldar devia ter mais de três metros, com a coroa na cabeça, cetro na mão e manto de arminho. O casal parou no meio no imenso salão exatamente no local onde havia uma estrela de doze pontas em mármore colorido no piso. O príncipe se aproximava da rainha-mãe lhe fazendo uma leve reverência, e pedia permissão para apresentar sua futura noiva. A rainha fazia um gesto para se aproximasse; Mônica chegou perto e fez uma reverência curvando o corpo, e ao reerguer, olhou bem a rainha; uma mulher de olhar severo que esboçou um sorriso e proferiu palavras no dialeto de Britti, dizendo acolher a futura esposa de seu filho na corte, e dando-lhe boas vindas. Então ela se levantou do trono, segurou as mãos do casal, unindo-as. Houve uma salva de palmas, com toques de trombetas, e o casal seguiu as apresentações aos membros da corte. Mônica se sentia personagem daqueles filmes de reis e princesas que habitaram suas “sessões da tarde”.
As mãos de sua futura sogra eram frias!
Naquela noite houve uma recepção á futura princesa de Britti no palácio, onde Mônica seria apresentada a sociedade do principado, constituída basicamente de banqueiros. Aparentemente era a única atividade econômica do lugar. Então ela teve a chance de ver a guarda loira sem seu terno preto, mas num vestido longo elegante e discreto; era uma mulher muito bonita. Mônica quis saber mais sobre ela, e Giancarlo se limitou a dizer que era alemã chamada Eva, e era extremamente reservada; portanto, não estranhasse se lhe parecesse fria. Era obrigação dos membros do corpo da guarda real. De longe Mônica observava sua futura sogra, a rainha Vanozza, cujas mãos eram tão gélidas quanto seu olhar.
Ao fim da festa, já nos aposentos reais, Mônica e Giancarlo se amaram e ao final, ele se retirou ao seu quarto. Não era regra que o casal ficasse a noite inteira juntos antes do casamento. Ela riu.
A oficialização do noivado ocorreria dali á três semanas numa cerimônia na capela do palácio.
Até lá, Mônica se dedicava ao aprendizado do dialeto de Britti, visitas á orfanatos, hospitais e outros locais de assistência social como forma de introduzir a futura princesa nos protocolos imperiais. As saídas noturnas continuavam discretas, e sem badalações.
Numa tarde um tanto vazia, Mônica quis saber mais sobre sua sogra, e buscou informações na internet. Descobriu que a rainha Vanozza, na verdade era ítalo-americana nascida em Nova York e que também tinha sido modelo na década de 1960! – Hora vejam, que coincidência. – Depois de casada com o rei de Britti, ela abandonou a carreira. Porém, enviuvou cedo, mas não se casou mais. Mônica comentou isto com Giancarlo, que aconselhou a não tocar neste assunto. Ela perguntou: - Por quê? – ele foi lacônico ao dizer que, para a rainha-mãe, seu passado plebeu devia ser esquecido em nome da sua nova missão de soberana de um reino. – Que forte! – concluiu Mônica.
Numa noite quente do verão europeu, Mônica não conseguia dormir. O sexo com Giancarlo não pareceu suficiente, mas ele pediu que tivesse paciência. Depois do casamento iriam á forra, como se dizia no Brasil. Mas a cama parecia enorme e quente; então ela levantou e seguiu á janela, para sentir a brisa, e notou que a porta de um mirante estava aberta; lá devia ser mais fresco. Ela se dirigiu para lá, e realmente estava mais agradável. Ao debruçar na amurada, viu a paisagem das luzes de Britti brilhando na noite; era lindo. Então escutou o som de uma motocicleta, e ao procurar, encontrou a origem num pátio abaixo; era o acesso ás garagens do palácio. Viu um motociclista descer da moto e tirar o capacete; era a guarda loira, que entrou por uma porta, seguindo por um corredor avarandado e entrando por outra porta. Luzes na janela ao lado acenderam: devia ser seu quarto. Logo apareceu um homem de capote até os pés que entrou pela mesma porta seguiu ao corredor e entrou naquele quarto, e a luz se apagou. Mônica pensou: - Ah, a alemã tem um namorado! – e riu.
Os dias de Mônica no palácio eram um tanto maçantes quando não havia lições de etiqueta real passeios ou visitas institucionais agendadas. Assim ela preenchia o tempo na internet. Voltou a pesquisar a vida da família real de Britti; mas era difícil porque não havia muitas informações disponíveis além das oficiais, onde ela descobriu que o rei de Britti, marido da rainha Vanozza, se chamava Élio, e perdera a vida num acidente automobilístico próximo á fronteira com a Suíça quando guiava um dos seus carros esporte. Depois disto, a rainha teria se tornado uma celibatária em memória de seu amado marido. – Que coisa. – resmungou.
Numa tarde veio o convite para um chá com a rainha num jardim que só a soberana tinha acesso. Seria mais informal, assim não haveria protocolos. Mônica chegou e fez a reverência á rainha, e se sentou á mesa, que era bem farta. Uma aia – como ainda chamavam os empregados. – lhe serviu chá com um pouco de leite. Era bem gostoso. Então a rainha começou a conversar com ela; assuntos banais sobre o tempo; se estava bem acomodada; e se algo a incomodasse, ou tivesse alguma dúvida, era só falar. Mônica agradeceu, mas não resistiu a uma pergunta: - Majestade, eu soube que a senhora também foi modelo.
A rainha pousou a chávena no pires e respondeu: - Sim, eu fui. Naquele tempo a profissão era chamada de “manequim”.
- Que interessante. Foi difícil a adaptação á vida de rainha?
- Não! – respondeu altiva. – Eu sabia que nada do que eu vivi antes teria serventia na corte. Assim, eu me esforcei para esquecer a antiga vida. Agora havia uma missão maior a cumprir.
– Deve ter sido dolorosa para sua majestade a perda do marido.
- Sim; foi um golpe duro. Giancarlo era uma criança, e eu a soberana de um reino órfão do seu líder. Eu recebi a incumbência de levar adiante a condução do reino, além de educar o príncipe fazendo-o ver que em sua vida, esta missão teria que prosseguir.
- Eu imagino que tenha sido uma escolha difícil.
- Qual escolha, senhorita?
- A escolha de uma vida dedicada ao governo de um reino, mesmo sendo pequenino como Britti.
- Senhorita. – respondeu a rainha encarando-a. – Sem dúvida, este é um reino muito pequeno. Tanto, que até eu, com artrite nos dois joelhos, poderia cruza-lo a pé de ponta a ponta. Mas não subestime Britti pela sua extensão territorial. Nossos bancos guardam fortunas em contas individuais maiores do que a receita de décadas de muitos países; e não me refiro apenas a países periféricos, como os sul-americanos, mas á diversos do velho mundo. – limpou a boca com um guardanapo, e continuou: - Quanto ás escolhas: a vida de um rei ou rainha, não é feita de escolhas certas, mas de escolhas acertadas que passam ao largo do que queremos. Se der muita sorte, a senhorita poderá vez por outra escolher certo o que se quer; porque na imensa maioria das vezes, terá que escolher acertadamente o que tem que fazer, e não o que se quer. – Mônica ficou sem saber o que dizer. Então a rainha se levantou e disse: - Foi um imenso prazer conversar com a senhorita, mas eu preciso me retirar. Tenho uma reunião com o primeiro ministro. – sorriu irônica: - Certamente terei que mais uma escolha acertada pela frente.
- Oh, sim,... Claro, majestade. Eu entendo. - e se levantou.
- Fique. Pode terminar seu chá, senhorita. A torta de nozes está uma delícia! Com licença. – e saiu ajudada pela aia.
Mônica ficou sozinha, mas não se furtou á se servir de mais chá e uma fatia generosa da torta.
Mais tarde ela confirmou as palavras da rainha. Britti era praticamente o cofrinho secreto de uma infinidade de pessoas e países que buscavam esconderijo para fortunas licitas e ilícitas; além de ser um dos reinos mais antigos da Europa. De fato, era muita responsabilidade!
Á noite nos aposentos, após o sexo, Mônica falou sobre a conversa com a rainha, e sobre os bancos de Britti. O príncipe sorria, e disfarçava ao olhar seu relógio a cada instante. Ela notou e perguntou: - O que foi amor?
- Ah querida: o dia foi muito cansativo e ainda preciso conversar com nosso embaixador nos Emirados Árabes. Coisas urgentes.
- Mas á esta hora já deve ser madrugada no Oriente Médio!
- Exatamente por isto marcamos esta conversa para quando ele pudesse estar as sós. Coisas de estado! Assim, vou precisar voltar aos meus aposentos. Você não ficará zangada não é?
Ela o beijou e falou: - De modo algum meu amor. – e sorriu: - É bom eu ir acostumando com a vida de uma soberana.
Eles se beijaram, e Giancarlo saiu do quarto prometendo que amanhã ficaria até tarde.
Sozinha, Mônica chegou a buscar seu celular para navegar na internet, mas o quarto estava abafado. Então ela levantou e foi buscar o frescor do mirante.
No corredor ouviu um ruído estranho, como um rangido. Deu de ombros, afinal o palácio era muito antigo e o madeiramento devia ranger como em qualquer casarão.
No mirante, ela debruçou na amurada sentindo a brisa, e seus olhos pousaram no pátio da garagem. Dava para ver luz acesa no quarto da guarda alemã. Então, de súbito surgiu a figura masculina vestindo capa de chuva entrando pela porta no primeiro andar, seguindo pelo corredor avarandado, e entrando no quarto da alemã. Em minutos a luz apagou. – Caramba, que palácio animado! – e riu.
No dia seguinte Mônica participou de uma live com Marco, seu agente, que lamentava não poder mais contar com sua principal estrela no book da agência. Ela também sentia saudades, mas agora a vida seria assim. O que fazer? Então Marco fez um comentário: - Interessante este príncipe de Britti. Sua vida amorosa é um mistério!
- Por quê? – perguntou Mônica.
- Ah; porque é uma das mais discretas da Europa. Nunca foi visto em público com nenhuma mulher,... Quero dizer, com nenhuma namorada. Chegavam a dizer que ele era virgem!
- Que absurdo! Não sei como era antes, mas comigo é bastante animado. – brincou.
- É mesmo? Como assim; ele é um devasso?
- Nem tente Marco! Não vou fornecer matéria prima para tabloides! Giancarlo é o futuro soberano de um reino; e sabemos bem que escândalos envolvendo a realeza vendem jornal! Por isto ele se resguarda.
- O que é isto Mônica. Estou brincando! Mas você está certa; seu papel agora exige muita discrição! – ela considerou inoportunos os comentários de seu agente, mas relevou. Despediram-se e ela se recostou no divã; mas ao olhar a porta entreaberta do quarto, observou uma sombra no chão. Tinha alguém ali. Mônica seguiu descalça no tapete para não fazer barulho, e abriu a porta de súbito. – Eva? – era a guarda alemã. – Sim lady Mônica. O carro já está pronto para o visita á escola. – ela falava com sotaque.
- Oh céus. Eu já ia me esquecendo. Será só o tempo de me arrumar, e já desço! – respondeu olhando-a nos olhos, que eram cinzentos. Notou também o broche na lapela com seu nome: Maarten. Ela assentiu e se retirou. Era alta e tinha traços fortes, bem germânicos. – Eva Maarten. Uh! Esta mulher me dá arrepios! – concluiu.
Os preparativos para o noivado estavam adiantados. Mônica poderia convidar familiares brasileiros para a cerimônia, e ela se esforçava para escolher os com menor perigo de fazê-la passar constrangimentos. E riu ao comentar com Giancarlo a conversa com a rainha sobre escolhas acertadas. – Não vou convidar quem eu gostaria!
- Nem sempre fazemos o que queremos quando somos reis ou princesas. – suspirou: - Berços reais costumam ter grades tão altas, que nos acompanham a vida toda! - então ele colocou as mãos nas têmporas. – Estou com uma dor de cabeça insuportável! – olhou-a. – Ficará magoada se não nos amarmos hoje?
- Hummm! – fez beicinho e depois falou: - Claro que não, meu amor! – e se beijaram e Giancarlo saiu no mesmo instante que Mônica se lembrou de algo. – Espere amor!... Tem um remédio aqui para dor de cabeça que é infalível! – correu á porta do quarto, e ao abri-la, o príncipe não estava no corredor. Ela o chamou, e só escutou eco de sua voz. Então seguiu ao acesso á ala do palácio onde ficava o quarto de Giancarlo, e bateu á porta. – Amor, sou eu! – bateu novamente, e ele veio por trás. – Mônica? – ela se assustou. – Nossa, onde você estava?
- Passei na copa para tomar um comprimido.
- Oh, não vi você!
- É que eu não acendi a luz, mas te vi passando aflita. Aconteceu algo?
- Lembrei-me que tinha um remédio para dor de cabeça; mas parece que não precisa mais.
Ele a abraçou: - Que lindo você se preocupar comigo! Ficarei bem. Vou te acompanhar ao quarto. – Os dois seguiram abraçados até os aposentos de Mônica. Beijaram-se desejaram boa noite. Ela entrou, mas parou, encostando-se á porta do quarto pensando na sorte de encontrar um homem tão bom. Então escutou rangidos no corredor, e tornou a abrir a porta. Teve a impressão que veio da parede! Talvez fossem canos. Ia fechar a porta, mas o ritual de ir ao mirante era indispensável á noite. Como sempre ela debruçou na amurada, e num impulso voyerista, seus olhos pousaram no pátio da garagem no momento que o misterioso homem de capa saía de alguma porta logo abaixo, e seguia ao quarto de Eva. – Eva Maarten! – pensou: - Quem será este namorado? Deve ser algum serviçal do palácio! – deu de ombros e voltou a fitar as luzes de Britti.
Sua curiosidade a fez querer ver de perto o pátio das garagens. Poderia usar como desculpa, a vontade de conhecer os carros antigos da coleção real.
Era um pátio grande calçado de pedras e muros altos. Mônica já foi procurando a porta por onde saía o misterioso namorado da alemã. Olhou para o alto, buscando o balcão do mirante bem acima; mas não havia porta alguma no térreo naquele lugar; apenas uma parede de pedras. – Mas lá de cima eu vi que o homem saiu daqui! – pensou. Então o serviçal a conduziu pelo portal de acesso ao interior da garagem, onde ficavam guardados carros esporte que pertenceram ao rei Élio, aficionado em automobilismo. Inclusive uma Ferrari America: o carro do acidente que matou o rei, totalmente restaurado! Mônica sorria escondendo seu pouco interesse. O que lhe intrigava era: - Tenho certeza que vi o homem saindo por ali!... Será que me enganei?
Mas o dia aguardava mais uma surpresa.
CONTINUA...
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