quinta-feira, 21 de novembro de 2019

Filmes de terror


Quando criança, eu via minha mãe assistindo filmes de terror na TV, ela adorava, e uma noite eu pedi que me deixasse assisti-los também. Mamãe me olhou de lado e disse: - Está bem, mas se chorar, nunca mais eu deixo! - eu vi o filme inteiro; não lembro qual, mas tinha uma casa assombrada com caveiras e mulheres que, suponho, eram bruxas. Nem dormi direito aquela noite, encolhido debaixo da coberta em pleno verão carioca, mas passei a assistir sempre! Mal sabia eu que estava entrando para o seleto grupo dos aficionados por este gênero tão instigante que é o terror.
Por que será que gostamos de sentir medo ficcional? Dizem que estas histórias tocam nossos sentimentos mais adormecidos, o desejo de vivenciar experiências na esfera do inexplicável, do mistério e do suspense. Evocamos o inconsciente coletivo contidos nas lendas e tradições ancestrais dos casos contados ao fogo de uma lareira, ou ao fogão de lenha, bem mineiro, dos seres escondidos às sombras das florestas enluaradas. E sem esquecer que as cidades também criam suas lendas, subterrâneas em canais e túneis encravados nas entranhas da urbe ou mesmo em simples apartamentos, habitados por psicopatas, pervertidos e loucos, à espera do primeiro incauto que cruzar seu caminho! Assim, vampiros, fantasmas, bruxas, lobisomens, múmias, sacis e mulas sem cabeça sobrevivem e se reinventam ao abrigo de novos imaginários, e na pele do cidadão comum, capaz de revelar perversidades além do tangível! Mais do que historinhas de seres que não existem, sua perenidade é a prova de a cultura, como uma ação humana e inteligente, é muito mais complexa do que se supõe.
Portanto, mesmo que não acreditemos em bruxas convém deixar a vassoura á postos atrás da porta!

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