CONTINUAÇÃO:
TERCEIRO CAPÍTULO: PROMESSAS.
Tom pôs as duas mãos no rosto e disse. -
Que doideira!... Eu nunca fiz isto!
Ela riu. – O quê? Nunca fez sexo antes,
era virgem?
–
Não! Quero dizer que nunca fiz isto num lugar público; ah, isto é atentado
violento ao pudor!
Ela o abraçou: – Pudor a esta altura
seria inútil como uma lâmpada acesa debaixo do sol do meio dia! Está
arrependido?
– Não estou arrependido!
Ela olhou o mar e o convidou á um
mergulho. – Vamos cair na água? Não tem ninguém perto. - e saíram os dois para
um banho no mar de Jampa, nus como duas crianças levadas. Eles mergulhavam e
depois atiravam água um no outro. Saltavam sobre as ondas e se abraçavam em
beijos com gosto de mar. Teca riu e apontou: - Ih, sujou!... Vem um cara
aí! - os dois saíram do mar e correram ao seu refúgio rochoso, cavando a areia
em busca de alguma vestimenta.
- Por pouco a gente não pegava o artigo
213! – falou Tom aos risos.
Teca vestiu sua camisa, amarrando-a á cintura,
sem o sutiã do biquíni e falou: - Ei, o cara é vendedor de cocos! – remexeu na
sua bolsinha a cata de dinheiro e saiu correndo ao encontro do rapaz. Tom
olhava a cena que lhe pareceu deliciosa e leve; mas seu riso foi perdendo a
força até seu semblante torna-se sério ao retornar á realidade.
-
Puta merda; o que eu estou fazendo? Isto não podia ter acontecido. É a irmã da
Ciça! - apanhou seu telefone, e estava cheio de chamadas dela.
Teca voltou trazendo dois cocos com
canudinhos, passando um á Tom e bebendo um generoso gole da água depois
despejou um pouco da água do coco na cabeça, deixando o liquido escorrer pelo
pescoço e corpo para tirar um pouco do sal. Tom fez o mesmo, despejando o
restante na cabeça. Ela sentou ao seu lado e disse. - Quando você foi morar na
casa ao lado com sua esposa, eu ficava te olhando pela janela, e pensando:
“nossa, que homão!”- riso. – Coisa de mocinha!
- Porque você não falava comigo?
Ela deu de ombros: - Sei lá!... A Ciça
criticava tudo que eu fazia,... E por falar nisso, ela deve estar doida atrás
de mim! – apanhou seu celular. – Putz! Ligou não sei quantas vezes! – retornou
a ligação, e ela logo atendeu: – Sua doida; já são mais de três horas da tarde,
á onde você está?
- Na praia!
- Ah, que lindo, e até que horas a
boneca vai ficar aí? Eu nem almocei ainda de preocupação, sabia?
- Já estou voltando para o hotel Ciça,
fica fria, pode ir almoçando! Tchau! - Teca desligou e falou entre risos. – É
melhor a gente ir embora. - levantaram-se batendo a areia da bunda e seguiram
pela praia na direção do buggy. Ela
parou diante dele e acariciou seu rosto, buscando mais um beijo. Ele retribuiu
e disse. – Eu quero te pedir que não fale disso com a Ciça.
- Não vou falar nada com ela. Até por
que!... – deu-lhe um selinho. ...- Somos vizinhos! Vamos nos ver sempre.
Logo estavam no calçadão em frente ao
hotel. Teca abriu os braços e esticou o pescoço para lhe beijar. Ele retribuiu
prestando atenção á entrada do hotel: se Ciça os viesse, ele estaria perdido.
Teca saiu do buggy dizendo: - Tchau; senhor Rogério Mattei!
Ele sorriu, e saiu rápido com o carro,
entrando numa rua adiante, parando e buscando seu telefone.
-
Oi meu amor!
Ela respondeu irada. – Meu amor é o
caralho, eu já liguei mais de mil vezes; a onde você estava Tom?
- Estava,... Quero dizer, eu estou no
quarto... Estava dormindo.
- Que beleza; e nem pra atender a porra
do telefone! Eu vou aí te encontrar, me
espere aí com seu entusiasmo bem ereto que estou chegando! Beijo! – desligaram,
e Tom seguiu á sua pensão para se preparar.
No quarto do hotel Ciça esperava por
Teca.
-
Então a bonita vai á praia e nem me dá satisfações! Eu fiquei preocupada,
sabia?
– Desculpe-me Ciça, mas a praia estava
tão boa que eu me esqueci da vida!
– Hum,... Você estava sozinha?
Ela desconversou: – Aqui tudo é tão
bonito que a gente nem vê que está só!... Mas, e se eu estivesse com alguém?
Ciça deu de ombros: - Não tenho nada com
isto, se é o que você quer dizer; mas tome cuidado com estranhos porque rato de
praia tem para todo o lado! Eu almocei enquanto te esperava e agora vou sair;
dar uma volta no shopping e vou demorar. – apanhou sua bolsa laranja e saiu.
Horas depois, no quarto da pensão. Tom e
Ciça estavam nus deitados na cama após o sexo. Ela fumava um cigarro e deixou a
guimba no cinzeiro falando: - O que há com você Tom? Senti seu entusiasmo menos
interessado.
– Não foi bom?
–Vamos dizer: eficiente, mas não tão
eficaz.
– Pois me pareceu que você ficou bem
satisfeita!
- Ah, desculpe Tom! – ela o abraçou. –
Eu é que não estou cem por cento. Mas eu estou decidida a acabar com esta
agonia! – se ergueu e prosseguiu. – Amanhã cedo vou levar Teca á Praia dos Coqueiros;
é afastada de modo que se ela quiser fazer escândalos, pode fazer á vontade que
não vai ter plateia!
–
Espere Ciça! Não sei se é a coisa certa a fazer,... Eu pensei bem no caso e
acho que você não deve fazer isto!
Ela o olhou: - Essa é boa! Você está me
atentando á mais de um ano para eu fazer isto; e agora vem me pedir o
contrário?
- Este é exatamente o ponto que eu quero
chegar! Teca é sua única família, não é? Eu não quero ser acusado mais tarde de
ter sido o causador do seu rompimento com ela!
- Ah meu anjo, você está com medo que eu
me arrependa e sofra depois? Eu nunca vou te acusar disto!
Olhando-a sério: - Você diz isto agora,
mas e no futuro? Laços de família são muito fortes e eu não quero que você
venha jogar isto na minha cara no futuro!Vamos aguardar mais um pouco para que
você tenha certeza absoluta desta decisão. E tem mais uma coisa! Porra,... A
gente está aqui nesse paraíso, mas até agora nem curtiu, e você ainda vem
reclamar que eu não fui eficaz? Mas que eficácia você espera de um cara que tem
que regular os encontros com a namorada somente quando ela pode! – mostrou as
mãos. – Olhe, daqui a pouco vão ter calos de tanta justiça que eu estou
fazendo! E tem outra coisa: se você falar isto com ela agora, como vai ficar o
ambiente depois, héim? Eu respondo: ruim, porque te conheço bem demais para saber que vai ficar remoendo! Estou falando mentira?
- Hum,... Não.
- Por favor, Ciça, não vamos estragar
esse momento. Olhe em torno; estamos no paraíso de Jampa!
Ela fez um beicinho ao dizer: - Então eu
tenho uma ideia: você aluga um quarto no meu hotel, e á noite eu vou lá e
agente se ama a madrugada inteira!
– Tenho ideia melhor: você manda sua
irmã de volta á Minas, amanhã mesmo. Depois eu me hospedo no seu hotel, ficamos
juntos no seu quarto e a gente vai transar até ver estrelas! Que tal?
- Como resistir? – beijaram-se
ardentemente e ele ainda cobrou: - Mas só se você prometer que não vai falar
nada com sua irmã aqui em Jampa!
– Ok, tudo que seu mestre mandar! - os
dois riram e se beijaram
Ciça não ficou a noite inteira e voltou
ao hotel por volta das duas da madrugada.
Havia amanhecido e Tom estava naqueles
momentos em que e mente oscila entre o sono e o despertar. Seus pensamentos se
desenrolavam: -... Não quero perder a
Ciça. Eu a amo,... Acho que é o mais perto do amor que já consegui chegar!...
Mas quando ela souber que transei com Teca, não vai perdoar!... – Tom fechou os
olhos e ia embarcando no sono quando teve um insight e se sentou na cama. -
Espere aí? Ciça aceitou rápido demais a minha sugestão. Ela não é assim! - então
buscou seu telefone e fez uma ligação. - Alô, Ciça meu amor?
Dengosa, ela respondeu: - Oi Amor!
Hummm, eu adoro quando você me chama de meu amor! Chama de novo?
Ele o fez: - Oi, meu amor!
– Ahh,... Assim eu fico molhadinha, você
sabe!
– Que delícia, eu já estou com sede!
Vamos nos encontrar para continuarmos de onde paramos ontem?
Breve silêncio: – Não vai dar Tom. Suas
palavras foram muito sensatas e eu fiquei muito feliz de ver a sua preocupação
que eu perca meus referenciais familiares e depois fique mal; isso foi muito
legal! Mas eu cheguei á conclusão que não dá para adiar esta conversa. Eu
prometi que não ia sair da Paraíba sem resolver esta questão com Teca!
Tenso, ele replicou: - Sim, eu sei que
você prometeu isto para mim; mas eu te desobrigo desta promessa...
– A promessa não foi só para você Tom;
foi para mim mesma! Eu não vou sair de Jampa levando essa questão de volta na
bagagem. Vim aqui para isto e se não fizer agora, a coisa vai enrolando cada
vez mais! Vou leva-la á um recanto rochoso mais escondido na Praia dos
Coqueiros e vou expor a situação á Teca de uma forma definitiva!
Ele ainda pediu: - Não faça isto Ciça!
Vamos pensar bem antes de,... Alô? Alô?... Caiu? – olhou o celular com a
bateria totalmente esgotada.
– Alô? Alô Tom? – ela leu no visor.
“desligado ou fora da área”. Então Teca chegou; Ciça guardou o fone na bolsa e
falou. - O táxi já esta esperando lá fora!
Teca olhou o céu. – Está nublado. A
gente ainda vai á praia com céu assim?
– Não vamos cair na água; só passear. –
falou abrindo a porta do táxi.
CONTINUA.
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